
Bangalore, o Vale do Silicio indiano e Riade, capital da Arábia Saudita.
Duas viagens, duas perguntas e um mesmo objetivo: entender para onde caminham alguns dos maiores mercados emergentes do mundo. Fui convidado pela Luiza Coelho para participar da 9ª Trip Tech do Banco BTG. Visitamos a Arábia Saudita e a Índia, dois países emergentes, mas que vivem jornadas completamente diferentes.
A pergunta central na Arábia Saudita é simples de formular e difícil de responder: como esse país vai prosperar depois do fim da era do petróleo? Os próximos 10 ou 20 anos parecem relativamente claros com a abertura promovida pelos agentes políticos, as tentativas de construir novas verticais econômicas e o incentivo ao turismo. Enquanto jorrar os lucros do petróleo, tudo pode andar as mil maravilhas.
Mas em 30 ou 50 anos, quando o uso do petróleo chegar ao fim ou perder dramaticamente sua relevância, o que vai acontecer com essas iniciativas? Falaremos de uma economia finalmente diversificada e robusta ou de uma coleção de “elefantes brancos”. Perguntas impossíveis de responder agora. Os desafios são profundos para as condições políticas e culturais do país, mas ficamos torcendo para o melhor.
A pergunta central para a Índia é outra: será que o país pode se tornar uma nova China? Os desafios também são enormes, uma democracia complexa, uma sociedade marcada por castas, uma burocracia “portuguesa” dentro de um país ainda pobre. Mas as oportunidades estão ali, pulsando: um mercado interno gigantesco, mão de obra abundante e barata e uma tradição de excelência em serviços de software.
A grande questão é se a Índia conseguirá resolver seus gargalos internos rápido o suficiente para capturar o ciclo histórico que parece se abrir. Tudo pode dar muito certo, ou o país pode patinar na armadilha da renda média. Não sabemos. Mas saí de lá com vontade de alocar uma pequena parte dos meus investimentos naquele país.
Voltei da viagem sem respostas definitivas, mas com duas certezas: o futuro de Arábia Saudita e principalmente da Índia vai moldar o mundo nas próximas décadas, e vale a pena estar exposto, mesmo que modestamente, nesta tese.


