
“Não é o crítico que importa; nem aquele que aponta onde foi que o homem tropeçou ou como o autor das façanhas poderia ter feito melhor. O crédito pertence ao homem que está por inteiro na arena da vida, cujo rosto está manchado de poeira, suor e sangue; que luta bravamente, que erra, que decepciona, porque não há esforço sem erros e decepções; mas que, na verdade, se empenha em seus feitos; que conhece o entusiasmo, as grandes paixões; que se entrega a uma causa digna; que, na melhor das hipóteses, conhece no final o triunfo da grande conquista e que, na pior, se fracassar, ao menos fracassa ousando grandemente.”
O trecho do discurso de Theodore Roosevelt simboliza muito bem o nosso segundo princípio. É o empreendedor a causa primeira da existência de uma empresa. É ele que tem a capacidade de ideação: materializar uma ideia neste plano, ou parafraseando Roosevelt: entrar na arena para a batalha. O impulso para essa ação exige, por sua vez, uma coleção de virtudes, como a capacidade de sonhar, planejar e executar, além da coragem para iniciar. A história de Ozires Silva ilustra muito bem este conceito. Em uma época em que o Brasil mal produzia parafusos, o fundador da Embraer sonhou que poderíamos produzir aviões, competindo com outras potências mundiais. Ozires tornou o sonho realidade: hoje, 55 anos após a sua fundação, a companhia é referência mundial em aviação e líder em jatos comerciais de até 150 lugares.
Posteriormente, outras capacidades vão ser exigidas: a destreza para recrutar, operar e, também, demitir; além de um conjunto enorme de outras habilidades para liderar a companhia e fazê-la evoluir. Algumas vezes o empreendedor que faz a empresa crescer e prosperar não é o fundador, mas um “executivo-empreendedor” que chega posteriormente, idealiza e executa sonhos maiores. É o exemplo de Howard Schultz com a Starbucks. Não foi ele quem fundou a empresa, mas foi quem vislumbrou a possibilidade da pequena rede de cafeterias de Seattle, que tinha 6 unidades à época, ser o que é hoje: a maior rede de cafeterias do mundo, com mais de 38 mil unidades em 86 países. Dentre as competências de liderança e virtudes que um empreendedor deve possuir, há uma que talvez seja a maior delas: a humildade. Seja para continuar aprendendo em sua jornada, seja para reconhecer que, em determinados casos, tem a capacidade de levar a companhia até determinado patamar e designar alguém melhor que ele para liderar aquele estágio da companhia.
O empreendedor é por si mesmo um líder, o clássico Homem-Atlas, que Ayn Rand simboliza em seu livro A Revolta de Atlas: aquele que carrega o mundo nas costas. Ele não é fruto das suas circunstâncias, mas é aquele que as transcende, modifica e influencia o meio em que está. É ele que tem a capacidade de transformar a sociedade. Através das empresas, criam empregos, integram pessoas ao mercado de consumo, investem em avanços tecnológicos, distribuem renda, pagam impostos e geram arrecadação para o Estado, que será transformada em escolas, hospitais e infraestrutura. Aqui na Order, em toda empresa em que investimos e operamos, analisamos profundamente os empreendedores que estão liderando a companhia, pois são eles que estão na arena, batalhando e conhecendo o triunfo final dos grandes feitos.
Autor: Gilberto Zancopé